Louvar, Agradecer e Comungar

Noticias da Comunidade RSCM em Zumalai – Timor

Louvamos o Senhor da Vida, em Terra do Sol Nascente e celebramos em união com a Província Portuguesa, 150 anos da nossa presença em Portugal.

Ir Teresa de Jesus Lopes da Fonseca, rscm | Coordendora da Comunidade de Zumalai

Louvamos e agradecemos em espírito Jubilar, o testemunho das nossas primeiras Irmãs, as dificuldades, incertezas e carências experimentadas, a coragem de arriscar e avançar, apoiadas na fé que as fez seguir Jesus Cristo.

Também nós, animadas pelo mesmo espírito de fé e zelo, finalmente pudemos regressar a Timor. Depois de 20 horas de voo e mal alimentadas, chegamos ao Aeroporto de Díli. Esperava-nos um banho de desinfeção, fomos borrifadas dos pés à cabeça, malas sacos e carteiras. Seguimos para os serviços de controle da COVID e de orientações para os locais da quarentena – uma longa espera de 6h sem direito a almoço. Os camiões iam saindo compassadamente levando as malas a molho e os respetivos grupos. Fomos os últimos a sair com direito a um camião para as malas e um pequeno e velho autocarro COVID que nos levou ao local da quarentena.

Chegamos ao hotel Novo Horizonte com um grupo de 86 pessoas, sobretudo jovens estudantes que regressavam a Timor depois de concluírem os seus cursos em Portugal, Cuba e Brasil; três ou quatro casais e sete consagrados, um Irmão de S. João de Deus, um Sacerdote Dominicano Fr. Xavier, uma Irmã do Preciosíssimo Sangue, uma Irmã Carmelita e nós, do IRSCM. Todas as despesas foram assumidas pelo Ministério da Saúde.

Louvamos e agradecemos por poder experimentar como Deus é bom e manifesta a sua bondade através de “anjos humanos” capazes de intuir e adivinhar… Numa bela manhã, o Padre Dominicano veio ter connosco, partilhar do pouco que tinha: um pão de forma, bolachas, tostas e acrescenta: tenho café, querem? Se queremos!!! Comíamos fora, no Páteo, quase todos sentados no chão, pois não havia sala de jantar. As refeições eram à base de arroz. Todas as manhãs um pequeno almoço que não conseguíamos comer; de seguida, mediam-nos a temperatura e, na 2ª semana, todos fizemos o teste COVID, acompanhado da seguinte informação: basta que um dê positivo para todos repetirem a quarentena!

Louvamos e agradecemos a oportunidade de viver este tempo em comunhão com as primeiras Irmãs em Portugal, também nós com dificuldades, carências de espaço, de alimento, de comunicação…, experimentar o que é não ter liberdade de movimentos: ter um quarto e pouco mais. Ter o mar lindo fora do portão e não o ver… mas também agradecemos esta oportunidade de inculturação, de escuta, diálogo, novos conhecimentos e amizades. No dia 24 tivemos uma agradável surpresa: uma Irmã Carmelita Timorense conseguiu clandestinamente que lhe levassem o Santíssimo Sacramento, dando-nos a oportunidade de Comungar todos os dias. No domingo, dia 27, depois da devida licença da Ministra da Saúde, pudemos participar na primeira Eucaristia desde a nossa chegada a Timor – Missa campal no pátio do hotel – nós preparamos um altar improvisado com as mesas de cabeceira, e até Nossa Senhora de Fátima, que viajou connosco, teve lugar de destaque. A partir daí todos os dias, nós, os sete consagrados, discretamente, pudemos celebrar a Eucaristia.

A partir do dia 1 de outubro propusemos a oração diária do Terço para quem quisesse participar – os jovens tocavam e cantavam e de dia para dia o grupo ia aumentando.

Louvamos e agradecemos em Ano Jubilar, chegar a Zumalai, enfim, na nossa casa! 

Preocupadas com o que iriamos encontrar…

Não havia luz, nem água. E assim, mais quatro dias seguidos. Mesmo com gerador tornou-se complicado porque a bateria estava descarregada e os tubos de borracha rotos… pouco a pouco, fomos pondo a casa em ordem, evitando tocar no frigorifico. Apesar de tudo, pouca coisa se perdeu… Deus lá nos foi iluminando e conduzindo.

Louvamos e agradecemos porque, em quarentena, fizemos a oração do dia 30 em união com toda a província, só não pudemos acender o Círio. Assim, o Dia das Missões foi o momento certo para o acender e rezar.

Agora, em pleno, em Zumalai: as aulas de Português a decorrer com normalidade, bem como a nossa presença e colaboração na Paróquia. Num gesto de arriscar  recomeçar, no sábado, dia 24 de manhã, um grupo do 9º ano reuniu no Espaço ComTigo para uma ação de pastoral vocacional e sensibilização aos 150 anos de presença das Irmãs do Sagrado Coração de Maria em Portugal. Da parte da tarde, demos início ao primeiro grupo GEP3M no Espaço ComTigo.

Assim se vai tecendo a nossa vida em Zumalai, sem COVID, graças a Deus, acompanhando as dificuldades da Província e do mundo, que as poucas informações nos dão, pois ultimamente as comunicações estão mesmo difíceis.

Em Ano Jubilar continuamos unidas e rezamos por todas as preocupações da Província, Irmãs doentes, situação das obras… e por intercessão do Coração de Maria pedimos a graça de saber arriscar com esperança e resistir, alentadas pela Fé e Confiança.

A Comunidade RSCM – Zumalai