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França, século XIX, cidade de Béziers: um contexto pleno de tensões

Antoine Pierre Jean Gailhac – resposta radical a um projeto de Deus

13 novembro de 1802 nascimento de Jean Gailhac

14 de novembro de 1802 batismo de Jean Gailhac

7 de outubro de1821 Jean Gailhac entra no seminário Maior de Montpellier “Far-me-ei padre, mas para ser um bom padre. Só consenti em ser padre com a condição de não viver senão para amar a Deus e levar os outros a amá-Lo”

23 de setembro de 1826 – Jean Gailhac é ordenado PADRE por Mgr. Nicolas Fournier. Tem 24 anos. Começa o seu ministério sacerdotal no seminário maior, onde dá aulas de Filosofia e é responsável pela formação dos alunos.

12 de setembro de1828 Jean Gailhac é nomeado CAPELÃO DO HOSPITAL de Béziers “ao hospital acorria toda a espécie de doentes: soldados, prostitutas, idosos indigentes da cidade e redondezas… ao exercer o seu ministério no hospital, Jean Gailhac dá conta de que a sua cidade natal se apresenta como um vasto campo de evangelização e compreende que é preciso aproveitar as imensas oportunidades que aí se oferecem

Na Igreja do séc. XIX, desperta o espírito missionário incentivado pela Santa Sé. O Pe. Dalmond, colega do Pe. Gailhac dos tempos do seminário convida Jean Gailhac, pessoalmente e através do vigário geral, Jean Gailhac para as Missões no Pacífico. Depois de um tempo de discernimento sobre a decisão a tomar, Gailhac opta por permanecer em Béziers.

Cheio de compaixão pelas mulheres e jovens vítimas da prostituição resolveu enviar as que lhe foi possível para o Refúgio de Montpellier, dirigido por Religiosas, pagando-lhes a pensão de quinze francos por mês.

29 de novembro de 1834 um REFÚGIO em Béziers – inauguração da Casa do BOM PASTOR. “Muito jovem, ainda mesmo antes de ser padre, Deus inspirou-me o desejo de começar uma obra para salvar as jovens tão expostas no mundo. Ainda jovem sacerdote, enviei-as para Montpellier pagando do meu próprio dinheiro a pensão que era exigida…” depois de dialogar com o Bispo de Montpellier “comprei uma casa ampla com pátios grandes e comecei a obra”

O ORFANATO – algum tempo depois, de uma forma totalmente imprevista, o campo de ação do Bom Pastor alarga-se a crianças abandonadas o campo de ação do Bom Pastor. Uma mulher, com uma criança nos braços, bate à porta dizendo:Sou uma miserável. Não posso pensar que um dia verei a minha querida filha levar a má vida que eu vivo. Trago-a para que a preservem. Façam dela uma pessoa piedosa” E, colocando-a no chão, afastou-se. O Bom Pastor passou a integrar O Refúgio e o Orfanato.

CAMINHOS DE FUNDAÇÃO DE UMA CONGREGAÇÃO RELIGIOSA

O Pe. Gailhac é pressionado a apresentar ao Bispo – Mgr. Thibault – uma Regra para uma comunidade destinada unicamente para a obra da casa do Bom Pastor. Tornava-se difícil a concretização deste projeto: religiosas que possuíssem o mesmo carisma, estivessem em total sintonia com Gailhac e os interesses da Obra, que comungassem a mesma sensibilidade evangélica. Os sinais vão surgindo, Jean Gailhac capta-os, amadurece-os, até reconhecer a hora de Deus. Progressivamente, os caminhos vão-se abrindo. Começa a surgir um grupo de pessoas que sentia afinidades com o projeto do Pe. Gailhac e que possuíam qualidades humanas e espirituais adequadas às suas aspirações.

24 de fevereiro de1849 – FUNDAÇÃO DO INSTITUTO DAS RELIGIOSAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA

A 1.ª Comunidade das RSCM: Appollonie Pélissier Cure; Eulalie Vidal; Rosalie Gibbal; Rose Jantet; Cécile Cambom; Marie Roques. Nos primeiros anos, a M. St. Jean, 1ª Superiora Geral e co-fundadora, cuidou da encarnação do carisma, em “rosto feminino”, na diversidade das Irmãs da comunidade e da consolidação das Obras do Bom Pastor, expressão do carisma a favor da vida de todos, com lugar especial para os “vencidos da vida”.

1.ª Comunidade RSCM em Béziers
1.ª superiora geral – M. St Jean

O INTERNATO – A França procurava aumentar a rede escolar. As leis Guizot (1833) e Falloux (1850) facilitavam às congregações religiosas assumir a direção de estabelecimentos de ensino. Aproveitando este momento favorável, convencido de que a educação cristã, nas primeiras idades, era fundamental para a construção da sociedade assente nos valores evangélicos, o IRSCM, ainda nos inícios, decide abrir um internato para educar as filhas das classes mais ricas. Desta forma alarga a missão de fazer o bem a todas a classes da sociedade. Ao mesmo tempo, assegura apoio económico para as obras gratuitas – a Preservação e o Orfanato.

A 2.ª superiora geral – M. St Croix Vidal – eleita a 01 de maio de 1869, investiu na expansão do Instituto para fora de França, por terem fracassado as tentativas a nível interno.

2.ª superiora geral – M. St Croix Vidal

1870 – 1871 – O chamamento para a IRLANDA. Uma carta do Pe. Kelly (pároco de Lisburn), com data de 27 de setembro de 1870, comunica a licença do seu bispo para as RSCM iniciarem uma fundação em Lisburn“. As nossas carências são principalmente de ordem educacional, isto é, temos necessidade de irmãs para o ensino, numa escola de crianças e jovens das classes mais pobres. Depois, com o decorrer do tempo, é muito provável que se possa abrir uma escola para as classes sociais mais elevadas. É claro que o sucesso de tal estabelecimento de ensino exigirá conhecimentos. No dia 13 de novembro de 1870, aniversário do nascimento do Fundador, a comunidade da Casa Mãe reúne-se, na capela, com a presença das alunas internas e das órfãs, para a primeira de muitas cerimónias de envio, no Instituto”.

Comunidade RSCM na Irlanda em 1870

1871- de Béziers para o PORTO – 1.ª Fundação em Portugal. Em 16 agosto 1871 Margaret Hennessy expôs a sua intenção ao bispo do Porto – D. Américo Ferreira Santos Silva – alegando que precisava da ajuda de algumas senhoras francesas e inglesas para o ensino da religião e de outras disciplinas e que conseguira interessar algumas senhoras de um Instituto em Béziers, França. O consentimento do bispo foi dado sem demora, a18 agosto 1871. Margaret Hennessy comunicou à M. Ste Croix que uma simples anotação – “Accordé” – ao alto da página do requerimento fora o único meio do bispo exprimir legalmente a sua autorização e acrescentou: “… agora, suponho, que nada haverá que a impeça de me enviar algumas das suas boas religiosas”. Três religiosas – Saint Marie Hennessy, Saint Appollonie Fenayrou e Saint Gabriel Moylan – deixaram Béziers na manhã do dia 28 de setembro de 1871, após uma cerimónia de envio na Casa Mãe. Duas jovens candidatas francesas – Sainte Madeleine e Saint Julie Romieu – integravam, também, o grupo. Chegaram ao Porto pelas 22h00 do dia 30 de setembro de 1871, onde foram acolhidas pela diretora do Colégio Inglês, Margaret Hennessy. Por ser já muito tarde foram, imediatamente, para casa – uma casa simples e pobre – e cantaram o Te Deum em ação de graças pela viagem livre de perigos.

Uma caminhada na fé e no tempo – A História das RSCM – Vol. I e IV

Documentos do Arquivo das RSCM em Roma

Chegada das RSCM ao Porto | Arquivo das RSCM em Braga
Anúncio no jornal da abertura do ano letivo – 1.ª casa | Arquivo das RSCM em Braga
2.ª casa no Porto | Arquivo das RSCM em Braga
Anúncio no jornal da abertura do ano letivo – 2.ª casa | Arquivo das RSCM em Braga